A Conquista de Ceuta pelas tropas portuguesas comandadas pelo rei João I de Portugal aconteceu a 22 de Agosto de 1415.
Os motivos
Causas económicas: situação geográfica de Ceuta permitia controlar a entrada e saída do estreito de Gibraltar, dos navios que vinham do Atlântico para o Mediterrâneo e vice-versa. Religiosas: expandir a fé cristã, aumentar os territórios onde existia o Cristianismo Sociais: as classes sociais mais abastadas tinham vários interesses nesta conquista - a nobreza queria terras, honras e rendas; o clero queria expandir a fé cristã; e a burguesia queria novos produtos e mercados. Económicas: Portugal tinha falta de trigo, ouro, especiarias. Conquistando a Praça de Ceuta iriamos conquistar uma cidade onde afluiam os produtos orientais vindos da Índia pelas Rotas Caravaneiras do Sahara e traziam ouro, especiarias, etc. Nos arredores de Ceuta existia uma grande produção de trigo. Políticas: o aumento da importância de Portugal no Mundo e a possibilidade de se unir com Castela e governmar toda a Península Ibérica.
A conquista
Um exército de cerca de 20 000 a 19 000 cavaleiros e soldados portugueses, ingleses, galegos e biscainhos havia largado de Lisboa a 25 de Julho, embarcado em cerca de 240 ou 110 navios de transporte e vasos de guerra. Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluíndo os príncipes Duarte, o herdeiro, Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu. Após uma escala em Lagos, fundearam dinte de Ceuta a 21 de Agosto, tendo efectuado o desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros. A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas. Na manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava em mãos portuguesas. A mesquita foi consagrada e, na primeira missa lá realizada, os três príncipes da Ínclita geração presentes foram feitos cavaleiros pelo seu pai. Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração Atlântica que começava a ser efectuada.
Deixando ficar o conde de Viana, D. Pedro de Meneses, o rei, os infantes e o resto da frota regressaram a Lisboa em Setembro, tendo permanecido durante treze dias em Ceuta. Os marroquinos não se deram por vencidos e atacaram a cidade em 1418 e 1419, sem qualquer resultado. Manter a cidade constituía-se em um problema logístico: era necessário enviar suprimentos, armas e munições; a maior parte dos soldados era recrutada à força, recorrendo-se a condenados e criminosos a quem o rei comutava a pena desde que fossem para Ceuta e ainda recompensar generosamente os nobres que ocupavam postos de chefia. Julgaram consegui-lo, quando do desastre português de Tânger, pedindo como resgate do infante de D. Fernando a cidade de Ceuta. Mas D. Fernando faleceu no cativeiro e a cidade continuou portuguesa (1443). Ceuta teve que se aguentar sozinha durante 43 anos até que a posição da cidade ser consolidada com a tomada de Alcácer Seguer (1458), Arzila e Tânger (1471).
A cidade foi reconhecida como possessão portuguesa pelo Tratado de Alcáçovas (1479) e pelo Tratado de Tordesilhas (1494).
Quando da Dinastia Filipina, Ceuta manteve a administração portuguesa, assim como Tânger e Mazagão. Todavia, quando da Restauração Portuguesa, não aclamou o Duque de Bragança, como rei de Portugal, mantendo-se espanhola. A situação foi oficializada em 1668 com a assinatura do Tratado de Lisboa entre os dois países, e que pôs fim à guerra da Restauração.
O fracasso de Ceuta
As expectativas que existiam em relação aos benefícios da conquista de Ceuta não se confirmaram. Pode-se mesmo afirmar que sob o ponto de vista económico o domínio de cidade de Ceuta foi um fracasso. De facto, as rotas comerciais que afluiam à cidade foram desviadas para outras cidades pelos muçulmanos. Por outro lado, o estado de guerra constante impedia o cultivo dos campos e a produção de cereais. A situação agravava-se devido às elevadas despesas militares para manutenção desta praça marroquina. Chegou a colocar-se entre os membros da Corte a hipótese de abandonar a cidade de Ceuta. O Infante D. Pedro, em carta ao seu irmão, afirmava mais tarde: “Ceuta é um grande sorvedouro de gente e dinheiro”.
Fonte: Wikipédia.
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