2013-10-14

Há que ter uma paciência para os miúdos

Num infantário a educadora está a ajudar um menino a calçar as botas. Ela faz força, faz força, e parece impossível: as botas estão muito apertadas. Ao fim de algum tempo, e a muito custo, uma bota já entrou e a outra já está quase.

Nisto, diz o miúdo: - As botas estão trocadas!

A educadora pára, respira fundo, vê que o rapaz tem razão e começa a tirar-lhe as botas. Mais uma dose de esforço e depois ela torna a calçar-lhas, desta vez nos pés certos.

Ao fim de muito tempo e muito esforço, ela lá é bem sucedida e diz: - Bolas… estava a ver que não… custou… - Sabe é que estas botas não são minhas!

A educadora fecha os olhos, respira fundo e recomeça a descalçar o rapaz novamente.

Quando finalmente consegue, diz ao miúdo: - OK! De quem é que são estas botas, então? - São do meu irmão! A minha mãe obrigou-me a trazê-las!

A educadora fica em estado de choque, pulsação acelerada, vai respirando fundo, decide não dizer nada e a calçar novamente o rapaz. Mais uma série de tempo e finalmente consegue.

Por fim diz-lhe: - Pronto, as botas já estão! Onde é que tens as luvas?

Estão dentro das botas!..

 

Texto escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico, ou então não.

Publicado no Papeladas.

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